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Se em Guardados (2005) Sônia Marise falava lírica e amorosamente sobre a vida e sobre aqueles que lhe são caros, numa “poesia de quem ama e pensa”, no dizer de Miguel Jorge, desta feita muda de gênero, mas conservando os temas. Estas narrativas, também guardadas por longo tempo, espelham a autora, direta ou indiretamente, na medida em que integram seu acervo humano de experiências de vida.

Outros guardados não é um livro amargo, triste ou solene, ainda que seja denso de emoção. Nele, a autora revela memórias fragmentadas, retalhos da vida, não necessariamente só da sua ou dos seus, mas de outras pessoas, adultos ou crianças, às voltas com seus dramas, alegrias e tristezas.
As narrativas de Sônia Marise, em sua diversidade, articulam-se como peças de um mosaico, formando um retrato, mesmo que impreciso, de um tempo. O seu próprio tempo de criança, o das crianças que a antecederam ou das que com ela viveram.
Ela bem sabe que a história mais difícil de escrever é a própria, não raro complicada ou obscura, perversa ou inocente, às vezes mais dramática do que qualquer ficção. Ainda assim, dispõe-se a abrir seu baú de guardados, mostrando-nos um pouco de sua história, que tem matizes trágicos e cômicos, reais ou inventados, curiosos ou pitorescos.
Nas epígrafes e nos temas, Outros guardados dialoga com o livro de poemas que o antecede, fazendo com ele uma espécie de contraponto. Ambos se alimentam da mesma fonte: o “seu muito real caso humano”.

Sobre a Autora 

Sônia Marise Teixeira Silva de Souza Campos é autora de publicações editoriais tardias, em razão da severa autocrítica que se impôs, desde sempre.
Teve alguns poemas publicados em duas coletâneas, uma em Goiânia (Unigraf, 1978), outra no Rio de Janeiro (Cultura Contemporânea, 1983).
Em 2005, lançou Guardados (poemas), com a coordenação da Cânone Editoral. Articulista e ensaísta, produz textos para a imprensa regional e nacional, inclusive de conteúdo jurídico, dirigida a segmento especializado. Atualmente assina a coluna “O Condomínio e a Lei”, no jornal VIDA VERTICAL, de Goiânia.
Formada em Letras (Português e Francês) pela Pontifíca Universidade Católica de Goiás (PUC), e em Direito pela Universidade Federal do mesmo estado, fez especialização em Direito Civil, Processo Civil (UFG) e Direitos Administrativo e Constitucional (Academia de Polícia Civil de Goiás). Como professora de Português, atuou em escolas de Goiânia e Jataí, e também como instrutora de cursos de Relações Humanas no trabalho e de Língua Portuguesa em cursos profissionalizantes. Aposentou-se como advogada da Companhia Energética de Goiás (CELG). É casada com Lázaro Campos, mãe de Paula Beatriz e de Leonardo e avó de Sophia. Vive entre Goiânia e Palmas (TO), cidades onde a família tem residências.

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